quinta-feira, 20 de maio de 2010

HOMOSSEXUALIDADE

Na Grécia Antiga, a homossexualidade era uma prática natural e esteticamente bela. Com a civilização judaico-cristã, caiu em desgraça. Chegou a ser considerada doença - equívoco que se prolongou até 1974 - quando a Organização Mundial de Saúde riscou-a de sua lista de enfermidades. As pesquisas sobre uma possível origem genética, realizadas a partir de 1991, causaram polêmica. Mas um novo caminho surgiu, embora os estudos não sejam conclusivos, nem descartem as causas emocionais e culturais. 
Hoje já se sabe que não se trata de uma opção, mas de uma condição - tão humana quanto andar, comer ou respirar. Mesmo assim o assunto continua a ser tabu, envolto em preconceito e na falta de informação. 
A orientação sexual, quer para heterossexuais, quer para homossexuais não parece ser algo que uma pessoa escolha. Alguns estudos recentes indicam que a orientação sexual tem uma grande influência genética ou biológica sendo, provavelmente, determinada antes ou pouco depois do nascimento. Sendo estes estudos não conclusivos, é irresponsável assumir que a homossexualidade é uma escolha. Tal como os heterossexuais, os homossexuais descobrem a sua sexualidade como um processo de crescimento. A única escolha que o homossexual pode tomar é a de viver a sua vida de acordo com a sua verdadeira natureza, ou de acordo com o que a sociedade espera dele. Descrever a homossexualidade como um simples caso de escolha é ignorar a dor e confusão por que passam tantos homens e mulheres homossexuais quando descobrem a sua orientação sexual. É absurdo pensar que esses indivíduos escolheram deliberadamente algo que os deixa expostos à rejeição por parte da família, amigos e sociedade. Este preconceito também ignora todos os homossexuais que tentaram viver a sua vida como heterossexuais, escondidos atrás de uma fachada de casamento, sempre sentido um vazio e falta de realização pessoal. Há ainda muito a aprender sobre a sexualidade humana.
Mais tolerância
Numa sociedade que tenta ainda condenar qualquer tipo de nuance da sexualidade que ultrapasse o modelo heterossexual, não é difícil entender os conflitos sociais e pessoais que as minorias sexuais têm de enfrentar. Não é à toa que nos Estados Unidos, por exemplo, onde há mais estatísticas a respeito, o número de adolescentes homossexuais que cometem suicídio é de 2 a 6 vezes maior do que os não-homossexuais, representando a triste marca de 30% de todos os casos de suicídio registrados com adolescentes.
Violência contra si próprios; violência da sociedade contra eles. Os casos de assassinatos de homossexuais no Brasil vêm crescendo, segundo estudos feitos pelo Grupo Gay da Bahia, um dos mais atuantes do Brasil.
Será que uma pessoa escolhe viver assim? Será que pode ser julgada e condenada por que não segue os padrões sexuais estruturados pela sociedade? E se seu pai, mãe, irmão, irmã, filho ou filha fosse homossexual? Você ainda assim continuaria pensando que foi uma opção de vida e por isto devem ser castigados ou entenderia melhor?
Você assistiu ao deprimente filme “Beleza Americana”? Se não, assista e reflita sobre, caso tenha algum preconceito a respeito.
Ninguém quer conviver com diferenças e marginalizações, mas às vezes elas surgem para nos ajudar a crescer e respeitar o próximo. Pense a respeito.